9 de julho de 2008
É que não me consigo lembrar...
Não me lembro do nome do primo do Mário João, já dei voltas e voltas à cabeça e não me lembro, era qualquer coisa parecida com Fábio ou Flávio ou então não tinha nada a ver. Bom hei-de lá chegar. Chamemos-lhe Manel. Pois o Manel era viciado em calipos, "um arrepio irresistível". E eu viciado no Manel tá claro, naquele verão onde estivesse o Manel era certo eu estar também, no ringue, no depósito da água, nas acácias, que era uma mata somítica que ficava por trás da fábrica da cortiça do pai do Cabeçudo, que até tinha a cabeça pequena com um penteado à tigela mas tinha a outra cabeça mais grossa que um punho fechado, nas traseiras das escolas primárias, eu e o Manel não o punho do Cabeçudo está visto. Um dia enquanto chupava mais um calipo perguntou com aquele ar malandro que ele tinha antes de ficar com o trombil cheio de borbulhas que mais parecia um estaleiro de obras do metro, se eu queria um coche, eu que passava as férias em casa da minha avó que era uma agarrada de primeira, Deus a tenha, e nunca me dava dinheiro para rájas disse logo que sim, vái dai ele diz "mas tens de chupar devagarinho e aqui e no calipo" juro que na hora fiquei mais envergonhado que uma alface frente a um coelho com o cio, mas como calipos era coisa que não se comia todos os dias foi abrir a boca e engolir. Nisto chega o Farinheira vê a cena e começa logo " ê pá dá ai um coche, vê lá na gastes isso tudo, a ver se chega pa mim tamêm" que o gajo tinha 14 costelas alentejanas e tinha a mania que era parecido com o gajo dos Wam aquele que ninguem se lembra não o George Michael por quem a Noca tinha uma paixão assolapada com o quarto cheio de posters da Bravo porque ela sabia mesmo alemão e até gozava com o Ferdy de que aquela merda estava toda mal traduzida e roçava-se toda nas arvores das escolas quando se falava do George Michael por quem o Cabeçudo também estava secretamente apaixonado, e um dia apanhamo-lo com ele na mão e com uma foto do George Michael na outra e foi assim que ele ganhou a alcunha de Cabeçudo e dizia que gostava era de gajas mas hoje continua solteiro e com uns tiques que vai-lá-vai que no casamento do Mário João até chorou na igreja. Vai dai o Manel tira a cena pra fora e diz pó Farinheira "ái queres atão anda cá buscar" o Farinheira vai logo "ê pá guarda lá o bacamarte quê cá cria era du calipe, foda-se cú gajo é aburricado" e era mesmo era maior que um palmo dos meus na altura, isto é naquele tempo era maior que um palmo da minha mão naquela altura que agora olhando para a minha mão até que não era assim tão grande, mas na comparação com a minha na altura, era. E vai dai o Manel começa a correr atrás do Farinheira com ele na mão e eu entretido a ver a cena e a mamar o calipo, quando o gajo se eu conta já quase não havia nada e tive de mostrar o meu para comparar com o dele e tipo se sentir o maior, mas mesmo assim fiquei em segundo que a do Farinheira era mais pequena apesar de ele ser quase 6 meses mais velho do que eu e ter sido circuncisado, coisa que naquela altura fazia muita confusão e que toda agente queria ver, até a menina Cilinha que trabalhava nos correios e tinha fama de papar putos, e que uma vez pediu ao Armando das Cobras para lhe arranjar umas telhas lá do barracão da parte de trás da casa dela que era mesmo ali em frente da Casa do Povo e quando se subia à varanda do primeiro andar mesmo em frente de costas para a mesa de snuker com as de ping-pong do lado esquerdo que o maricas do Tchico insistia em chamar de Ténis de Mesa e que tinha daquelas raquetes com esponja e tudo e que o Mói disse que ele um dia enfiou o cabo da que era verde de um lado e azul do outro nu cú e que na realidade até tinha uma forma bastante fálica com a ponta arredondada para um cabo de raquete e que ele se recusava sempre a emprestar o cabrão do maricas que era bom como o milho e que nos meus delirio de amor/ódio imaginava de pernas abertas com o cabo da raquete todo lá dentro, e que olhando assim de esguelha se conseguia ver, o barracão da casa da menina Cilinha não o cu do Tchico com o cabo da raquete todo enfiado, e que em troca do serviço ela lhe tirou uma "imperial de joelhos" e que o gajo se fartou de ganir e dizia a toda gente que ela era mesmo uma gulosa o que fez com que o Senhor Martins do supermercado andasse à porrada com ele porque se dizia à boca pequena para a dona Celeste não ouvir, que a velha era mais cega que uma mula sem dentes, que o velho era apaixonado pela moça e que batia umas à noite à porta dela debaixo da janela da esquerda de quem está de frente para a casa e de costas para a Casa do Povo, que dizem que era a janela do quarto dela. Dizem, que eu cá nunca vi nada. Infelizmente.
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